Olá a todos! Infelizmente devido a problemas de saúde demorei tanto a atualizar este blog mas, agora tô de volta e aproveitar que tá em cartaz o filme Gonzaga - de Pai pra Filho e a confirmação do filme Isso é Calypso! pra falar um pouco dessa mania do cinema nacional fazer tanto filmes-biográficos, tanto de artistas (em quase sua totalidade músicos) quanto de esportistas.
Um dos primeiros a ser produzido foi uma co-realização entre Brasil-Argentina e em 1955 tivemos o lançamento de Chico Viola não Morreu, que narrava a história de Francisco Alves um famoso cantor de MPB brasileiro das décadas de 20 a 50, e daí pra frente tivemos muitos que fizeram um certo sucesso e outros que são vistos até hoje.
Tivemos uns realmente muito bem feitos e que se tornaram certos "clássicos" de nosso cinema como Lampião - O Rei do Cangaço (1964) e O Bandido da Luz Vermelha (1968) que veio a se tornar um marco no chamado "cinema marginal" e também na mesma década mas menos conhecido Corisco - O Diabo Loiro (1969); curiosamente nessa década de 60 deu-se muita enfase a cinebiografias de criminosos (ou não, se você considera Lampião e Corisco heróis do Sertão).
Passando pela década de 70 tivemos a história da já tão bem conhecida hoje através de adaptações de novelas, séries e paródias pornográficas, Xica da Silva (1976) de Cacá Diegues, e em 1977 dois laçamentos distintos, Lucio Flavio de Hector Babenco, onde Reginaldo Faria interpreta o famoso ladrão de banco dos anos 70 e Ney Latorraca faz Anchieta - O José do Brasil, que conta a história do missionário que andou por essas terras logo após o descobrimento.
Nos 80 foram a vez de O Homem da Capa Preta (1986) com José Wilker (filme este que foi bastante premiado por aqui), Leila Diniz (1987) entre outros.
Anos 90 marcou a retomada das "grandes produções" no cinema nacional e tivemos Paulo Betti em Mauá O Imperador da Brasil (1999) e em Lamarca (1994) filme este que é um dos meus preferidos, ainda tivemos figuras históricas como Carlota Joaquina (1995) e Tiradentes (1999).
Mas nos anos 2000 a coisa desandou e começamos a vê adaptações uma atrás da outra e em sua maioria de gosto e qualidade duvidosas, o que foi feito de filme sobre cantor,jogador de futebol, ex-depende químico, médicos e até políticos e prostitutas de luxo, sei não viu. Villa-Lobos (2000), Cazuza (2004), Noel Rosa (2006) e 2 Filhos de Francisco (esse quem não viu hein) são exemplos de filmes sobre músicos; e sucessos de público como Garrincha (2003), Olga (2004), Meu nome não é Jhonny (2008) Lula (2009), Chico Xavier (2010) e Bruna Surfistinha (um dos piores filmes do ano passado), mas teve um que gostei bastante com Rodrigo Santoro em 2001 que foi Bicho de 7 Cabeças.
Mas vamos lá, está em cartaz Gonzaga - De Pai pra Filho que é de Breno Silveira o mesmo diretor de 2 Filhos de Francisco e Carlota Joaquina. PORRA!!!! Esse cara só sabe fazer esse tipo de filme!! Aí tem gente que fala, "ah, mas tem gente que só faz terror, outros só comédia e por aí vai", sim, mas como que um cara que crescer na carreira cinematográfica só fazendo cinebiografias??!! E esse último filme dele, apela pra o mesmo melo-drama de 2 Filhos, fazendo com que o público se emocione e pensando que isso faz com que todo mundo caia nessa babaquice e ache que o filme dele é o melhor do ano, em vez de criar uma boa história investe apenas no drama familiar-pessoal, contado história de que fulano vem de infância pobre, passou por problemas com família e superou tudo com a música, ahhh, sinceramente né!!!
E essa semana tivemos a confirmação de Deborah Secco (que já fez Bruna Surfistinha) pra interpretar Joelma da Banda Calypso, o filme irá estrear ano que vem e com certeza será mais um sucesso de público, pra esse público cabeça-oca que temos por aqui e que sabe apenas valorizar produções contando a vida de celebridades, ou quase isso e não veem o filme com um olhar mais crítico e realista pra poder identificar suas falhas em roteiros, interpretações e direção.
Sempre costumo falar que enquanto o cinema nacional não rever suas ideias nunca ganhará um Oscar e sempre ficará nessa mesma, que o nosso cinema evoluiu isso é verdade mas, ainda falta muito, muitos podem dizer que "ah mais o cinema americano sempre faz esse tipo de filme", sim, eles fazem, mas quando fazem sabem fazer, igual tivemos ano passado A Dama de Ferro contando a história da ex-Premier britânica Margareth Thatcher que rendeu a Meryl Streep um Oscar de melhor atuação e ano que vem teremos Anthony Hopkins como Hitchcock, e aqui no Brasil temos o que? Joelma do Calypso e Lula!!
Se forem fazer um filme desses tudo bem, mas que se faça algo que preste, se não vão se ferrar!!!
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Paulo Betti como Lamarca (1994) na minha opinião um dos melhores nacional. |
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Mas nos anos 2000 os filmes começaram a ter um apelo mais emocional e fizeram muito sucesso, como Lula (2009), 2 filhos (2005) e Gonzaga (em cartaz), (sinceramente não gosto). |
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Mas o pior ainda tá por vim que é o filme da Banda Calypso. |
EU SOU BERGUINHO E AQUI FICA MINHA REVOLTA!!!