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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Cinema Nacional e Filmes Biográficos

Olá a todos! Infelizmente devido a problemas de saúde demorei tanto a atualizar este blog mas, agora tô de volta e aproveitar que tá em cartaz o filme Gonzaga - de Pai pra Filho e a confirmação do filme Isso é Calypso! pra falar um pouco dessa mania do cinema nacional fazer tanto filmes-biográficos, tanto de artistas (em quase sua totalidade músicos) quanto de esportistas.
Um dos primeiros a ser produzido foi uma co-realização entre Brasil-Argentina e em 1955 tivemos o lançamento de Chico Viola não Morreu, que narrava a história de Francisco Alves um famoso cantor de MPB brasileiro das décadas de 20 a 50, e daí pra frente tivemos muitos que fizeram um certo sucesso e outros que são vistos até hoje.
Tivemos uns realmente muito bem feitos e que se tornaram certos "clássicos" de nosso cinema como Lampião - O Rei do Cangaço (1964) e O Bandido da Luz Vermelha (1968) que veio a se tornar um marco no chamado "cinema marginal" e também na mesma década mas menos conhecido Corisco - O Diabo Loiro (1969); curiosamente nessa década de 60 deu-se muita enfase a cinebiografias de criminosos (ou não, se você considera Lampião e Corisco heróis do Sertão).
Passando pela década de 70 tivemos a história da já tão bem conhecida hoje através de adaptações de novelas, séries e paródias pornográficas, Xica da Silva (1976) de Cacá Diegues, e em 1977 dois laçamentos distintos, Lucio Flavio de Hector Babenco, onde Reginaldo Faria interpreta o famoso ladrão de banco dos anos 70 e Ney Latorraca faz Anchieta - O José do Brasil, que conta a história do missionário que andou por essas terras logo após o descobrimento.
Nos 80 foram a vez de O Homem da Capa Preta (1986) com José Wilker (filme este que foi bastante premiado por aqui), Leila Diniz (1987) entre outros.
Anos 90 marcou a retomada das "grandes produções" no cinema nacional e tivemos Paulo Betti em Mauá O  Imperador da Brasil (1999) e em Lamarca (1994) filme este que é um dos meus preferidos, ainda tivemos figuras históricas como Carlota Joaquina (1995) e Tiradentes (1999).
Mas nos anos 2000 a coisa desandou e começamos a vê adaptações uma atrás da outra e em sua maioria de gosto e qualidade duvidosas, o que foi feito de filme sobre cantor,jogador de futebol, ex-depende químico, médicos e até políticos e prostitutas de luxo, sei não viu. Villa-Lobos (2000), Cazuza (2004), Noel Rosa (2006) e 2 Filhos de Francisco (esse quem não viu hein) são exemplos de filmes sobre músicos; e sucessos de público como Garrincha (2003), Olga (2004), Meu nome não é Jhonny (2008) Lula (2009), Chico Xavier (2010) e Bruna Surfistinha (um dos piores filmes do ano passado), mas teve um que gostei bastante com Rodrigo Santoro em 2001 que foi Bicho de 7 Cabeças.
Mas vamos lá, está em cartaz Gonzaga - De Pai pra Filho que é de Breno Silveira o mesmo diretor de 2 Filhos de Francisco e Carlota Joaquina. PORRA!!!! Esse cara só sabe fazer esse tipo de filme!! Aí tem gente que fala, "ah, mas tem gente que só faz terror, outros só comédia e por aí vai", sim, mas como que um cara que crescer na carreira cinematográfica só fazendo cinebiografias??!! E esse último filme dele, apela pra o mesmo melo-drama de 2 Filhos, fazendo com que o público se emocione e pensando que isso faz com que todo mundo caia nessa babaquice e ache que o filme dele é o melhor do ano, em vez de criar uma boa história investe apenas no drama familiar-pessoal, contado história de que fulano vem de infância pobre, passou por problemas com família e superou tudo com a música, ahhh, sinceramente né!!!
E essa semana tivemos a confirmação de Deborah Secco (que já fez Bruna Surfistinha) pra interpretar Joelma da Banda Calypso, o filme irá estrear ano que vem e com certeza será mais um sucesso de público, pra esse público cabeça-oca que temos por aqui  e que sabe apenas valorizar produções contando a vida de celebridades, ou quase isso e não veem o filme com um olhar mais crítico e realista pra poder identificar suas falhas em roteiros, interpretações e direção.
Sempre costumo falar que enquanto o cinema nacional não rever suas ideias nunca ganhará um Oscar e sempre ficará nessa mesma, que o nosso cinema evoluiu isso é verdade mas, ainda falta muito, muitos podem dizer que "ah mais o cinema americano sempre faz esse tipo de filme", sim, eles fazem, mas quando fazem sabem fazer, igual tivemos ano passado A Dama de Ferro contando a história da ex-Premier britânica Margareth Thatcher que  rendeu a Meryl Streep um Oscar de melhor atuação e ano que vem teremos Anthony Hopkins como Hitchcock, e aqui no Brasil temos o que? Joelma do Calypso e  Lula!! 
Se forem fazer um filme desses tudo bem, mas que se faça algo que preste, se não vão se ferrar!!!
Paulo Betti como Lamarca (1994) na minha opinião um dos melhores  nacional.















Mas nos anos 2000 os filmes começaram a ter um apelo mais emocional e fizeram muito sucesso, como Lula (2009), 2 filhos (2005) e Gonzaga (em cartaz), (sinceramente não gosto).













Mas o pior ainda tá por vim que é o filme da Banda Calypso.

EU SOU BERGUINHO E AQUI FICA MINHA REVOLTA!!!