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segunda-feira, 14 de julho de 2014

Dois ótimos discos nacionais. Nação Zumbi 2014 e Titãs Nheengatu.

Lançados em maio deste ano, com pouco mais de uma semana de diferença, a música brasileira ganhou dois discos pra deixar qualquer fã de rock e de música boa animado. Nação Zumbi lançou o disco "Nação Zumbi 2014" enquanto Titãs vem com Nheengatu. Estes discos dão nova vida e fôlego ao tão enfraquecido e degradado cenário musical nacional e ainda mais do rock nacional que desde o começo dos anos 90 com Raimundos, Planet Hemp e o próprio Nação Zumbi não tinha uma sobrevida; Charlie Brown Jr., CPM 22 entre outras é uma coisa diferente.
Depois de 20 anos do estrondoso e merecido sucesso do disco "Da Lama ao Caos" e o último disco de 2007 "Fome de Tudo", Nação Zumbi volta com um disco forte para trazer um alento não só ao manguebeat mas a todo o cenário nacional do rock e como já disse da música nacional.
Capa "Nação Zumbi 2014"
Esse novo disco "Nação Zumbi 2014" é depois de "Da Lama....." o disco da banda que mais gosto, e porque não um dos melhores de toda a história da banda, os fãs mais aficionados a Chico Science podem torcer o nariz mas, temos que entender e admitir que infelizmente Chico veio a falecer em um acidente e que a vida continua e existe sim vida na banda sem ele e que apesar de tudo a Nação Zumbi continua. Chego até a dizer que este disco é melhor do que "Afrociberdelia (1996)"! Na minha humilde opinião claro.
Na abertura do disco já temos o hit "Cicatriz", onde vemos uma banda engajada, ensaiada e um mangue a tempos não visto e Jorge Dü Peixe segurando a peteca nos vocais e toda a banda muito boa seguindo ele, assim como as seguintes "Bala Perdida" e "O que te faz rir". Logo após não tão aceleradas e até sem a cara de Nação Zumbi e nem por isso ruins, pelo o contrário as ótimas "A melhor hora da praia" com participação de Marisa Monte e a incrível "Um sonho"; são nessas músicas que vemos o amadurecimento da banda e o quanto é melhor vê NZ tocando desse jeito do que quando mistura elementos eletrônicos em suas músicas. Destaque ainda para "Novas Auroras", "Nunca te vi" e "Foi de amor".
Mas sem dúvida mesmo o destaque maior e o parabéns vai para toda a banda, que fez um disco simples e de qualidade inegável, que com certeza estará nos melhores do ano, não só do rock mas de toda a música nacional, onde que para os mais fanáticos pode não prestar pois não se trata de um NZ puro (vi gente reclamando que não tava ouvindo os tambores), onde até certo ponto admito isso, mas sendo um legítimo Nação Zumbi ou não, eu tiro o chapéu pra esse disco que dá uma sobrevida ao manguebeat, ao rock nacional, a música de qualidade e quem sem dúvida merece ser ouvido e valorizado.
Ao lado de Legião Urbana, Titãs é sem dúvida a banda de maior qualidade, mais conceituada e completa do cenário nacional. Enquanto vemos o Paralamas do Sucesso ir para o caminho mais romântico e deixar de lado seu reggae, vemos um Titãs com mais de 30 anos de carreira e mais de 20 discos e apesar de todos os empecilhos de integrantes saindo ou falecendo (Marcelo Frommer faleceu em 2001), continuar com seu rock puro, sem precisar mostrar nem provar nada pra ninguém, mas que andava meio que adormecida. Titãs sempre emplacou baladas, rock puro e principalmente com ironias e questões sociais em suas letras.
O último disco que realmente gostei (e comprei, coisa que ninguém mais faz) da banda foi "A melhor banda de todos os tempos da última semana (2001)" onde temos tudo isso que falei antes, baladas, rock puro, questões sociais e por aí vai tem tudo neste disco e que é sim um bom disco, mas Nheengatu superou!
Nheengatu que é uma língua criada pelos Jesuítas que ainda hoje é falada por alguns povos no Norte do país, da nome ao disco que já começa com uma paulada e chute nas autoridades com a faixa "Fardado" nos fazendo lembrar dos velhos tempos de "Polícia" e em um disco de 14 músicas vemos o bom e velho Titãs de volta, com as irônicas "República dos Bananas", "Chegada ao Brasil (Terra a vista)" e exploração sexual "Pedofilia".
Capa "Titãs Nheengatu"
Apesar de achar que a banda "pegou carona" na onda de protestos pra fazer algumas músicas do disco e principalmente "Fardado", este disco soa bem aos ouvidos, com um som despojado e sem muita produção ou arranjos comerciais, e de se admitir que Titãs não é o mesmo sem Nando Reis, Charles Gavin e Marcelo Frommer e até mesmo o distante Arnaldo Antunes, mas Titãs é Titãs! Mas qual banda continua a mesma? Como eu disse Paralamas deixou seu reggae, Ira! ao trancos e barrancos tenta retornar com seu Combate Rock, as vezes vemos lapejos do Ultraje irônico e rebelde; até mesmo as mais novas como Nação que falei acima mudou um pouco seu estilo manguebeat, Skank deixou também seu reggae pra tocar baladas mela-cueca e Raimundos apesar de tocar com quase todos integrantes não é mais o mesmo! A banda continua na ativa, firme, forte, que fez um disco bem a vontade e que nos faz lembrar do bom rock nacional.
E provavelmente dia 16 de Agosto estarão em Maceió, onde claro eu não poderei deixar de ir no show de uma das maiores, se não a maior banda nacional de rock!
Abaixo os clipes de "Cicatriz" do Nação Zumbi e "Fardado" do Titãs.


EU SOU BERGUINHO FREITAS E AQUI NÃO FICA A MINHA REVOLTA!!

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